16 de set. de 2006

TERCEIRA LEVA

Barcos, Israel Scardua




“O papel do artista é convencer os outros da veracidade de suas mentiras”.

Paul Klee





CICERONEANDO


Mais um passo e o Diversos chega a um verdadeiro oceano de palavras e sensações. É uma Leva carregada de vontades de expressão. Numa delas, abrimos espaço para uma pequena mostra de telas do artista plástico capixaba Israel Scardua. Alguns de seus quadros podem ser vistos por entre os textos diversos de agora. Numa entrevista, o mesmo artista também nos empresta suas opiniões sobre alguns aspectos da arte. As janelas da poesia aparecem abertas onde vemos a energia do uno homem-mulher, recordações vivas de Wally Salomão; matemática das emoções; e a atemporal constatação da perenidade da guerra, num poema escrito há mais de vinte anos por Affonso Romano de Sant’Anna. Na sessão Conto, um belo texto de Bolívar Landi sobre livros e que é também, numa possível leitura, a necessidade de concessões nas relações humanas. O paraense e andarilho Luiz Felipe da Palma usa sua sensível crônica para exprimir sentimentos comuns numa conexão que junta River Phoenix, James Dean e Exupéry. Por aqui, também lemos sobre a escrita provocante e descompromissada de rigores formais do jornalista Aparecido Raimundo de Souza. Universo Musical traz a ótica sensível sobre os cantares do cantor e compositor Xangai. No mais, as palavras rondam em torno da poeta grapiúna Valdelice Pinheiro, bem como cinema, música e etc. Sejam bem-vindos à Terceira Leva!







JANELA POÉTICA (I)



JURAMENTOS

Neuzamaria Kerner


-“Namastê”
O Deus dentro de mim
saúda o Deus que habita teu templo.
O meu corpo saúda o teu
e se prepara para recebê-lo.
As promessas que ele te oferece
são de amor e prazeres infindos.
Não usarei o teu corpo, no entanto,
apenas para a satisfação do meu,
mas também para dividir a experiência
da entrega e da troca.
As minhas mãos ao tocarem teu corpo
produzirão as mil luzes que só explodem na primavera
para formar a aura das flores.
Massagearei tua boca com a minha
e só tu conhecerás o exato sabor da maçã do paraíso
e com um leve sorriso verás como é puro o pecar.
Minha boca produzirá os beijos mais doces
que serão salpicados na tua superfície
com gosto leve de sal.
Minhas narinas percorrerão teus recantos
e nenhum canto deixará de ser farejado,
vasculhado.
Como ave de pluma sedosa,
apenas roçando as asas,
para gáudio dos teus anseios
voarei, de ponta a ponta, sobre ti
e oferecerei meus seios,
alimento vital da tua alegria.
A cada investida suave tua
da minha boca ouvirás, bem baixinho, o teu nome.
Me atenderás ao chamado
e quase como um gemido dirás
que me queres sempre
e mais...
Depois qual leoa faminta
abrirei minhas fendas receptivas
e tuas expectativas de prover meu corpo
serão satisfeitas.
Estaremos como seres encantados e nesse momento
tu és meu deus nesse ritual dançante e confuso;
e eu, eterna escrava tua, mais uma vez, te saúdo.
Agora
com nossos dedos entrelaçados
e nossos delírios aquietados
estamos plenos de nós
porque transcendemos os nossos corpos
e por uns momentos realizamos o sonho
de sermos apenas um.


-“Namastê”
Eu te saúdo inteiramente
e no teu corpo prometo tocar levemente,
mas com a intensidade
do que é mais intenso no mundo.
Preencherei todos os teus vazios com minha seiva
e deixarei saciado cada minúsculo poro teu.
Minha barba, por fazer,
buscará no teu pescoço um gemido
que eu sei não ser de dor.
A minha carne estará macia e lisa
para amortecer teus movimentos
e a cada momento, como num ritual,
meus olhos se abrirão para buscar os teus
e, através deles, sugar a alma do teu prazer.
E quando o meu corpo perceber
cansaço manifesto do teu
desafiarei a lei da gravidade
e levitarei para poder continuar sobre ti.
Então, qual gaivota em busca de alimento no mar
mergulharei inteiro e quente
enquanto teu corpo firme e valente
dança a dança do amor
e se transmuda em pedaços de luar.
Tu és minha deusa
nessa cerimônia de amor
e eu, teu eterno escravo, mais uma vez, te saúdo.
Somos, agora, diferentes do que fomos há momentos
e a quietude se instala nessa ilusão.
Estamos plenos de nós
porque transcendemos os nossos corpos
e por uns momentos realizamos o sonho
de sermos apenas um.


(Do livro Eu Bebi a Lua – Ed. Bureau, Salvador, 1995)







Madona, Israel Scardua








CHAMBRE AVEC VUE PARA VALDELICE PINHEIRO


por Fabrício Brandão



Ouço a bossa francesa de Henri Salvador em minha “vitrola”. Os sons delicados e marcados por belíssimos arranjos parecem agora compor o cenário ideal da madrugada reinante a me atravessar. Por vezes, vislumbro em tal atitude o mundo visto de lado. Uma forma curiosa de enxergar além dos meus domínios, marcada por uma vontade pueril de estar em catarse de sentimentos. São tantos, aliás, que acabo pintando imagens soltas na escuridão como se vida própria tivessem e me ensinassem a lidar com a terapia de um meu silêncio necessário e pessoal.

Então, vou me deixando levar pelo exercício de apenas obedecer aos comandos do espírito iluminado. E por ter a consciência de que tais ímpetos não marcam hora para se abrigarem em mim, agarro a textura vibrante dos instantes e faço um ritual que não sabe o seu próprio fim. As mãos agora passeiam pelos livros na estante, reconhecendo em doses contemplativas a vontade de comunicação com outros mundos e seres. As marcas e o desejo que habitam o espaço onde me encontro apontam para a releitura incansável dos poemas da mulher em seus enigmas. E por acreditar plenamente na conjunção entre texto e vida pulsante, reconheço Valdelice Pinheiro, poeta grapiúna, de modos introspectivos, toques sensíveis, com seus dizeres precisos a me fazer companhia. Ela vem assim num lugar onde minha boca faz um pacto de só recitar o que os olhos e um coração maravilhados permitirem. Pretende ficar em minha memória com a condição de que seja através dos imperativos da suavidade. Meu Deus, quantas vezes precisei dessas palavras de ordem para aquietar a alma insone? Inúmeras, posso lembrar.

Não mais habito a escuridão agora, pois deito os olhos freneticamente sobre os versos da poeta. Percebo de forma curiosa o sentimento de proporções ilimitadas que fazia parte do processo criativo dela. Seus versos não cabiam apenas na arrumação gráfica e pontual visível a produzir os efeitos da poética, mas numa sensação de que o espaço físico do papel transcendia outras tantas vestes da alma. Então, tais ímpetos se transformavam na pictórica que complementava suas palavras. E o que vejo naqueles desenhos de Valdelice são outros poemas sendo construídos de forma inusitada. O incontido e o indefinível estavam ali pedindo para sair sem apontar rotas, apenas impelindo os leitores a buscar suas próprias veredas.

Trago os signos da poeta para me fazerem companhia nesta minha jornada, a qual nada mais é do que uma procura pelo sublime, pelo encantamento, pela paz renovadora. Quero ficar, sim! Não quero apenas passar! Quero permanecer firmando os espaços do sonho, chama que alimenta a vida. A beleza disso tudo é poder perceber quais são os usos ideais da liberdade. Aprende-se, em Valdelice, a entender que a missão de quem escreve, seja poeta ou não, é colocar lentes de aumento nas miudezas despercebidas da existência. Nesta perspectiva, leia-se o escritor como aquele alguém que ficou de sentinela na torrente do mundo e não se deixou esgotar por ela. Penso que até as adversidades carecem da inteireza de quem as narra, pois é assim que conseguem se perpetuar na lembrança humana.

Após devorar o alimento reconfortante dos versos, continuo vagando em torno dos espectros presentes nesse quarto. Têm ficado comigo os vestígios sentidos pela visão de Valdelice. Aliás, estes nunca me deixaram mesmo. Sei que dentro de mais um tempo sairei do meu transe espontâneo e tornarei ao cenário “real”. Tal como a impermanência de um adeus, partirei do nada ao nada apenas desejoso por um novo encontro.


( Os sentidos produzidos pela obra de Valdelice Pinheiro, poeta natural da cidade baiana de Itabuna, foram absorvidos através da leitura do livro Expressão Poética de Valdelice Pinheiro, organizado por Maria de Lourdes Netto Simões e publicado, no ano de 2002, pela Editora Editus)







Vila, Israel Scardua










JANELA POÉTICA (II)



GUERRA DA TERRA ALHEIA(*)

Affonso Romano de Sant’Anna



O povo que não tem pátria, patriota,
combate o povo que ontem
-nem pátria tinha.
E o fato é que o mais fraco
vai de novo pagando o pato
sem que se saiba ao certo
se o ovo nasceu primeiro
ou se, ao contrário, a galinha.

É isto fábula de rato e gato?
História de cordeiro e lobo?
De fato o povo que outrora
não tinha pátria
combateu em pátria alheia
para ter sua própria pátria.
Agora na pátria própria
combatem em alheia pátria
os que, sem pátria, combatem
prá ter, enfim pátria própria.

Não se sabe por que não podem
compartir a própria pátria
esses que compartem a pátria alheia.
São aranhas enredadas
no ódio da própria teia?
Por que não compartem terra
e céu, como as flores e pássaros
compartem a aldeia?

Há fim? Há princípio?
nesta história redonda e torta?
Por que não compartem a sorte
e a vida,esses compatriotas
do horror e morte? Além do mais
se há tanto tempo compartem a guerra
por que não podem compartir a paz?

*Poema escrito há mais de 20 anos e, infelizmente, atual.



(Affonso Romano de Sant’Anna é colaborador do Diversos Afins, além de escrever para os jornais Correio Braziliense e Estado de Minas. É autor de diversas obras, tais como A Mulher Madura (Editora Rocco, 1986) e Que fazer de Ezra Pound (Editora Imago, 2003)).









Blade Runner








CONTO




OS LIVROS E AS TRAÇAS

Bolívar Landi


Uma grande praga se abateu sobre a biblioteca. Milhares de traças a invadiram no inverno colocando em risco uma enorme quantidade de livros. As traças, embora não fossem ruins, precisavam se alimentar durante a longa estação.

Os livros aturdidos e diante do perigo iminente, convocaram uma estante de notáveis para encontrar uma solução. Logo depois, dirigiram-se às traças e propuseram:

-Não é justo que tenhamos todos que ser corroídos. Guardamos conhecimentos de grande importância! Escolheremos dentre nós alguns que vos serão entregues como alimento.

Às traças, importava apenas a sua sobrevivência e, sem hesitação, concordaram com o sugerido.

Os livros fizeram então uma audiência para decidir quais seriam sacrificados.

Os orgulhosos, de encadernamento luxuoso, sugeriram que os mais simples, de acabamento inferior, fossem oferecidos. Já os desprivilegiados de aspecto, ironizavam-lhes as belas formas, de conteúdo ordinário.

Os intelectuais sempre desdenharam das brochuras de entretenimento, não havendo para eles volumes mais inúteis. Em contrapartida, estes exaltavam sua capacidade de envolver e emocionar, criticando aqueles por sua tediosa arrogância.

Os novos consideravam os velhos ultrapassados, portanto, de pouco valor. Estes, por sua vez, condenavam a retórica impertinente e irresponsável dos novos, julgando-a de extremo perigo, que deveria ser eliminado.

Continuavam a discussão interminável, quando as traças, até então pacientes, começaram a atacar os livros indistintamente.

Ao fim do inverno, todos os livros haviam sido severamente danificados. Muitos dos seus longos textos foram completamente destruídos, à exceção de uma coleção de pequenos livros de sabedoria. Eles tinham chegado a um acordo com as traças. Elas seriam guiadas pelos livros e consumiriam apenas o que neles houvesse de menos importante. Foram-se as capas, as margens de cada página, os mínimos espaços vazios... E, assim, tiveram os pequenos livros o seu conteúdo preservado.

Moral: É sábio, cada um, um pouco ceder, para que todos possam sobreviver.



(Bolívar Landi é publicitário e colaborador do Diversos Afins)








Moça passeando, Israel Scardua






Apago a luz e sento diante do aparelho de TV para brincar de cinema.

A tela devora meus olhos. No filme, a imagem de River Phoenix me emociona. São detalhes subjetivos, mas em minha mente Phoenix e James Dean se misturam, são o mesmo na beleza, na vida vibrante, louca e meteórica.

Entro no filme e levo comigo a solidão do meu quarto, masturbo a minha carência me envolvendo com a ficção. Vejo Dean, ainda menino, diante de mim com um lápis e papel nas mãos, a voz infante e ainda fanhosa me pedindo “Desenha-me um carneiro”.

É difícil conter o sentimento que implode o meu peito e derrama os meus olhos. Meu pequeno James príncipe Phoenix, alienígena em meu planeta sonhando com uma flor.

Um porsche prateado passa por mim... Livre, veloz, mas não ouço o som do motor, mas sim a explosão do acidente e, em meio ao vermelho-sangue-fogo, o vejo subindo para o espaço envolto pela fumaça de volta para o seu asteróide.

- Boa viagem, menino, boa viagem!

O diretor grita “Corta!”. As luzes se apagam, a cena acaba, foi apenas outra seqüência, outro sonho, mas River Phoenix está morto.

Está morto, mas e daí? Foi tanta droga que não deu para suportar, e tudo é muito redundante. A droga é uma droga então é preciso fumar; a comida é uma droga e é preciso beber; o ar ficou uma droga então é preciso cheirar; a política também é uma droga, mas preciso votar.

Teu beijo é um pecado, menino! Mas como viver sem amar?

Por um instante esqueço o filme e me olho no espelho... Sou Exupéry sonhando com um menino. Estou nu, minhas mãos estão vazias, sou apenas um reflexo no espelho. Da TV vem a voz de River Phoenix, mas River Phoenix morreu.



(Luiz Felipe da Palma, o autor, sonhou um dia ser poeta, mas a vida lhe apresentou Maiakovski numa festa na casa de Garcia Lorca. Nasceu em Belém do Pará e um dia foi embora com um circo, dormiu nas areias da Praia do Futuro em Fortaleza, namorou uma poetisa de 80 anos na Paraíba (João Pessoa). Chegou em Vitória (ES) na boléia de um caminhão em 1998. Gosta de rock, mas não dispensa um bom Chico Buarque. Um dia vai morrer e depois reencarnar, como todo o mundo. Seus textos não possuem títulos, mas sempre começam em negrito – que poderia ser título – porque fazem parte de seus “Delírios” e estão contidos numa coletânea intitulada VIAGENS HOLOGRÁFICAS.)








JANELA POÉTICA (III)



EU SEI POR ONDE ANDA WALLY*

Fabrício Brandão


Vejo-te, poeta,
Quando desces o largo
De pedras calcadas pela expiação secular.
Abres o verbo,
O mesmo que te salta ao peito
Por entre o tecido floral que carregas.
Enquanto se atiras ao declive histórico,
Tuas mãos gesticulam
Da mesma forma como habitavas,
Outrora,
Entre nós.
Tens entre os dedos o substrato de nossas vidas
Traçado em linhas que se dispersam num tempo,
Espiral que gira e nos confunde.
Será que somos os mesmos?
No entanto, há ainda a boca que dispara
Abstraindo de tua afiada língua
As palavras que berras por entre os invisíveis.
Não somos mais os mesmos
E quando desta tua última visita
Saímos a buscar os sentimentos dos lugares.
De teu trunfo já posso me confortar
Como quem sempre soube os teus enigmas
E por mais que percorras
Estas vias de almas embutidas em pedras
Sei que nunca deste força ao abandono
Porque sempre tornas a esta cidade.

(*Para Wally Salomão)









Barco, Israel Scardua







MEANDROS LITERÁRIOS


VOCÊ SE ABILITA?

por Neuzamaria Kerner


Este texto não se propõe a ser uma resenha, análise literária, a fazer propaganda, nada disso. Apenas a comentar ligeiramente alguns dos escritos do Aparecido Raimundo de Souza, contidos em seus livros publicados: Quem se abilita? Com os chifres à Flor da Cabeça, As Mentiras que as Mulheres Gostam de Ouvir (Ed. Papel Virtual, Rio de Janeiro).

Este escritor paranaense, jornalista, advogado e mais um monte de coisas, aportou em Vitória do Espírito Santo e vive trilhando pelo mundo afora, numa vida meio cigana, saindo por aí tentando descomplicar o que é difícil de ser entendido: a própria vida e suas circunstâncias.

Leitor apaixonado, observador do mundo, um tanto solitário para, talvez, afastar a solidão que está nele e em todos nós. Ler e escrever, portanto, é um dos grandes prazeres da solidão, como diz Harold Bloom. Com irreverência, marca forte na sua obra, Aparecido nos faz ficar atentos à ironia e indignação que perpassam seus textos, quando escreve crônicas aparentemente “inocentes” e nos põe diante do espelho da vida, do cotidiano, por mais banal que possa parecer, mas que conduz - o leitor - a buscar empatia com a natureza dos seus escritos e com a própria natureza humana.

A leitura nos livros da presunção acadêmica, dos críticos ideólogos, longe das normas todas a que fomos acostumados a ter, deve seguir um padrão gramatical e palavreado específico. Não espere isso nos livros de Aparecido Raimundo de Souza porque seu texto requer do leitor uma habilidade para perceber as idéias opostas às dele e que, às vezes, geram um “conflito enriquecedor” numa leitura, que só depende de quem lê e que se abre para a transformação e esta tem sempre um caráter universal.

A ironia pode ter diversos significados na literatura, no entanto implica dizer algo cujo real significado pode ser diferente do conteúdo óbvio, chegando mesmo a sugerir o oposto do que é dito. Por esse motivo, estar aberto é perceber a sutileza que permeia um texto, que nunca é neutro, visto que somente um olhar atento pode ver e sentir a intencionalidade de quem o escreveu. Tudo o que é escrito passa pelo filtro de quem escreve. É uma parte de si que se desprende e vai ao encontro do leitor em sua auto-escuta, levando-o a desenvolver um eu autônomo.

À maneira de Gregório de Matos, ele, Aparecido, provoca, irrita, instiga, diverte e faz refletir sobre a natureza humana quando troca e inventa nomes, mexe com a mídia, com os artistas, com as vaidades, com textos canônicos, com os mais altos dignitários do poder, até com o Zé-ninguém que dobra uma esquina sem saber que está sendo notado. Tudo isso num palavreado que por vezes choca e, por outras, faz gozar os nossos ouvidos, ao falar de bundas, peitos, cacetes duros e tudo mais que se esconde sob o tapete da falsa moralidade, da hipocrisia.

Ele fala de gente como eu, como você, dele próprio e de coisas (des)interessantes como na crônica As Relíquias que não envelhecem. Confira alguns itens:

- As duas únicas fraldas de pano (na verdade, cueiros) usadas no nascimento do Menino Jesus, sendo certo que, enquanto uma era lavada e secada ao sol, a outra, Maria colocava na bunda da criança.

- Um casal de mosquitos Aedes Aegypti mumificados, passageiros da Arca de Noé.

- Cálamo feito de pena de galo que cantou após Pedro ter negado Cristo por três vezes.

- O camelo sobre o qual cavalgou a intrépida Rebeca quando partiu para desposar Isaque, bem como a cópia do contrato milionário desse animal com a Rede Globo, para atuar na novela ‘O Clone’.

- Calcinhas com figuras de reis tarados – cujo uso era costume entre as prostitutas de prestígio de Sodoma e Gomorra – muitas delas com cheiro forte de enxofre grudado no nylon.

- A última combinação, toda em seda, da Madre Teresa de Calcutá, usada antes dela ser beatificada por Roma.

- A certidão de óbito de Matusalém.

- As 30 moedas de prata que Judas recebeu pela venda do Filho do Homem e o depósito dessa quantia numa poupança da Caixa Econômica Federal.



(Além das obras citadas no texto acima, mais escritos do autor Aparecido Raimundo de Souza podem ser lidos em http://www.paralerepensar.com.br/aparecidoraimundo.htm )









Natureza morta, Israel Scardua










PEQUENA SABATINA AO ARTISTA


por Fabrício Brandão


Durante os anos em que morei em Vitória, no Espírito Santo, conheci Israel Scardua, artista de alma sensível e que se revela de forma multifacetada em seus feitos. É professor de língua portuguesa há 17 anos, ator, cantor lírico e contador de histórias. Desde criança gostou de desenhar e de pintar. Autodidata nas artes plásticas, aprende observando, experimentando, estudando estéticas, assistindo a palestras e participando de discussões. Em seus quadros, usa carvão, pastel seco, aquarela, óleo, acrílica, lápis-de-cor e outros materiais. Explora temas como nus, sacros, paisagens, natureza morta, marinas, figuras humanas, retratos e outros. O próprio autor define sua obra como sendo marcada pelo academicismo ou por tendências impressionistas. O Diversos, além de realizar uma pequena exposição de algumas obras desse artista, aproveita a viagem e indaga Israel sobre questões pertinentes ao universo artístico.


DA -
Qual a crença que atravessa seu processo criativo?

ISRAEL -
A crença de que cada pincela é um pouco de mim, um pouco de minha sensibilidade, uma idéia um pouco panteísta, o criador em cada parte da criação. Mesmo nas releituras de pintores consagrados há um pouco de mim, de minha sensibilidade, um pouco do meu estilo. Comparo a releitura como um roteiro de cinema adaptado de uma obra literária.

DA -
Para a aparição visível dos contornos de suas obras, acreditas na existência da imagem pré-definida ou numa manifestação natural do algo surgido no instante em que se depara com a tela ainda vazia?

ISRAEL -
Geralmente me apaixono pela imagem e ela fica martelando em minha cabeça até que a pinto, se não a pintar dificilmente a esqueço. Fica aqui dentro pedindo para sair. Sou extremamente visual. Mesmo quando pinto um retrato não me prendo à foto ou ao modelo, visualizo-os e pinto-o com o olhar e a expressão de que gosto.

DA -
Percebo em suas obras a forte presença do sublime, de um algo bucólico, da representação suave de um mundo. Como definiria tais características frente a uma certa “desordem” pós-moderna na qual parecemos estar habituados a viver? Sua arte é um contraponto, um desejo de redenção?

ISRAEL -
Sim, a arte pode ser fuga, e a minha atividade artística revela fuga de minha vida agitada, corrida, numa cidade pequena, mas muito desorganizada e confusa. O trânsito, o consumismo, o trabalho, a corrida diária são substituídos por passeios ao ar livre, pescarias, cenas de mãe e filhos captados em momentos de carinho.

DA -
Em artigo publicado na Revista Continente Multicultural, o poeta Ferreira Gullar atiçou alguns ânimos ao questionar a consistência de obras de arte atuais decorrentes de uma tendência exibicionista, guardadas as devidas proporções já viciadas do termo. Segundo ele, este tipo de artista deixa de produzir um objeto em sua essência material para criar performances em cima de coisas já existentes, numa espécie de reorganização cênica. O que pensa dessa discussão?

ISRAEL - É um estilo, não me posiciono contra nenhuma tendência. Não vejo problema em reproduzir a essência material de um objeto nem em criar performances de coisas já existentes. Não acredito em arte que não seja liberdade. Sou atacado por críticos contemporâneos por ser acadêmico. Tenho liberdade de pintar o estilo de que gosto. Receio pela arte que está presa a estilo, a tendências de movimentos liderados por alguns artistas. As características que escolhem para os movimentos que lideram podem agradá-los, mas não quer dizer que vão me agradar também.

DA -
Citando nomes expressivos como os de Walter Benjamin e Umberto Eco, muito já se falou sobre a questão da existência de uma aura em torno dos feitos artísticos. Na sua opinião, de que é revestida verdadeiramente uma obra de arte?

ISRAEL -
A obra de arte é gerada, passa por uma gestação até nascer, é uma vida. Apego-me muito ao que pinto por isso fotografo tudo, dou nome, mostro. Há obras que não vendo. São de valor sentimental, há algo que impede receber dinheiro por elas.










UMA CANÇÃO



CHORO BANDIDO

Edu Lobo/Chico Buarque


Mesmo que os cantores sejam falsos como eu
Serão bonitas, não importa
São bonitas as canções
Mesmo miseráveis os poetas
Os seus versos serão bons
Mesmo porque as notas eram surdas
Quando um deus sonso e ladrão
Fez das tripas a primeira lira
Que animou todos os sons
E daí nasceram as baladas
E os arroubos de bandidos como eu
Cantando assim:
Você nasceu pra mim
Você nasceu pra mim

Mesmo que você feche os ouvidos
E as janelas do vestido
Minha musa vai cair em tentação
Mesmo porque estou falando grego
Com sua imaginação
Mesmo que você fuja de mim
Por labirintos e alçapões
Saiba que os poetas como os cegos
Podem ver na escuridão
E eis que menos sábios do que antes
Os seus lábios ofegantes
Hão de se entregar assim:
Me leve até o fim
Me leve até o fim

Mesmo que os romances sejam falsos como o nosso
São bonitas, não importa
São bonitas as canções
Mesmo sendo errados os amantes
Seus amores serão bons


(Canção feita para a peça O corsário do rei, de Augusto Boal)





Eletrodoméstica









ENCONTREI-TE, POETA DO CAMINHO!*


por Fabrício Brandão


Ela caminha pelos ventos litorâneos de um dia, sem saber que ali, logo adiante, topará com o atento observador Hélio Pólvora. Na cabeça, procura o mesmo rumo de sempre, a velha busca sublime que se mantém pela recriação de seu mundo desejoso de viver. Mas, o que seria viver para ela? Transformar em cotas seguras a afirmação material de uma estabilidade? Domar seu próprio gênio e aceitar as tempestades? Simplesmente viver para cultivar o amor dos seus? Construir o caminho possível, embora invisível ao turbilhão, que a leve a outra dimensão espacial?

Nada de se estranhar, mas a poeta prefere a última via sugerida. Então, internaliza a escolha antes mesmo de a figura do cronista, seu agora interlocutor, ganhar as devidas proporções de um questionamento. Eles conversam, ela fala de destinos, de vias projetadas pelo coração agitado, de fuga. Ele pergunta para onde. Ela responde imaginando algum lugar em nossa galáxia. Ele retruca sem a gana oposicionista, lívido, sereno e diz-lhe que seria melhor buscar o algo distante, pois o que temos às mãos anda já um tanto disputado pelas habituais pequenas batalhas da inquietude. Ela, então, reafirmando o que em sua alma já estava cristalizado, admite que o lugar é mais além. Depois, cada um segue os seus passos necessários.

Outro dia ela me telefonou. Mesmo depois de passados alguns anos daquele encontro com Hélio, percebo que ela ainda vislumbra a estrela distante. Falamos demoradamente sobre tantas coisas, apelos da palavra mesmo. Disse-me que iria ao Rio de Janeiro rever uma amiga, energizar-se, meditar em si mesma. Achei bacana a idéia e fui mais além quando sugeri que fizesse o exercício de sentar nas pedras do Arpoador e escrever um poema. A proposta me soou algo semelhante à busca perene da poeta, matéria-prima de um novo mundo. Os cenários vistos em seu encontro com o cronista e a minha sugestão de agora se situam paralelos a um universo eternamente em expansão. Ele se confunde com a visão das águas à beira-mar, à infinitude mesma do oceano.

Neste exato instante, não sei ao certo o que ela fez daquele convite. Talvez tenha visitado um novo ambiente e produzido um poema talhado em letras garrafais dentro da própria alma. Tudo o que sei é que jamais estará presa dentro daquela crônica de Hélio Pólvora, mas sim contida ali, dando significância às esperas do porvir. Relembro o seu Eppur si muove, a história que deve seguir sem, no entanto, negligenciar o presente. Sigamos, então, poeta, sem rolar a pedra de Sísifo ladeira acima. Melhor seria desejar de nossa fuga apenas o gosto da liberdade traduzida nestas águas renovadoras que agora molham nossos pés.

(*Para Neuzamaria Kerner)







UNIVERSO MUSICAL (I)



XANGAI: SUA VOZ, SUA MÚSICA(LIDADE)

por Neuzamaria Kerner


Foi assim que aconteceu: ele viu um anjo violeiro encantado que lhe pôs um encanto, ele pegou uma ponga e de canto em canto, vive a cantar. Tudo isso aconteceu lá em Itapebi, (Bahia) no córrego do Jundiá. Foi assim mesmo! Imagine um menino pegando carona com um anjo, ao meio dia, sol a pino, e lá do alto cantando sobre os rios da região. Tudo parou para ouvir. Os pés de cacau se curvaram silentes, os córregos todos pararam de banhar as pedras, as pessoas até pensaram que era o Deus-menino chegando de volta tal a força da sua musicalidade, tal a reverência de todos os seres encantados que habitavam aquele lugar. Tio Jani, seu pai, saiu correndo, pegou o pé-de-bode de 8 baixos, tocou bem alegre o xote Mariá ao ver a profecia se cumprir: era a voz de seu filho começando a se espalhar pelo mundo, como mais uma manifestação do sagrado.

Assim como a religião, a música é um fenômeno universal e não houve um ser humano, desde que o mundo é mundo, que não fizesse suas louvações à vida, cantando. Ninguém melhor do que o artista pode louvar com tanto sentimento as coisas da vida e as tornar acessíveis aos demais humanos o espetáculo de ver o fogo de Prometeu que nos incendeia permanentemente e não nos damos conta. O artista nos arregala o olhar para vermos o que já existe como se fosse a vez primeira.

Ao cantar – ou compor - Xangai recolhe a sonoridade do mundo e reinventa a música, como se ela nunca tivesse existido e, de novo, é Prometeu ao repartir conosco o fogo da sua voz, uma obra de arte, que nos arrebata inteiramente produzindo em nós o sentimento do sublime.

Infelizmente há pouca gente preocupada em “sentir” a música porque a indústria cultural aderiu totalmente à “teoria hipodérmica” que tudo massifica para consumo rápido no mercado, exigência do capitalismo, ao desvalorizar a arte e fazendo-a correr o risco de perder sua essência e três de suas características principais: “de expressivas, tornarem-se repetitivas; de trabalho de criação, tornarem-se eventos para consumo; de experimentação do novo, tornarem-se consagração do consagrado pela moda e pelo consumo.” Isso é a modernidade! Que pena!

Xangai (e outros) fugiu dessa massificação, não se rendeu e nem se vendeu. Tem o seu público que o idolatra pela sua forma de cantar, pela temática que usa nas suas cantorias, pela poesia que tira da terra seca e espalha sobre nossas cabeças como pó de pirlimpimpim que nos une ao cosmo no seu magnífico concerto.

De repente fico pensando que o Gênesis deveria começar assim:
no início era o silêncio absoluto e a voz de Xangai habitou em nós, transformando o calado em canto e este gerando a luz.

Deus viu que era bom e aprovou!





Neuzamaria Kerner e Xangai





BARDO VIOLEIRO
(a Eugênio XANGAI Avelino)

Neuzamaria Kerner



Toma tua viola, ó bardo,
e canta coisas
que nos tocam o coração.
louva o amor
e as donzelas que suspiram
ao teu passar.
Fala da vida que palpita
no compasso do teu peito
e canta, canta
do teu jeito de encantar.
Fala do cheiro da terra em cio,
da chuva que veio
e da que não veio também.
Fala do sol que abrasa e racha o chão
e do céu que abraça as musas
reclusas em teu coração.
Canta qual madrugador
que sopra onde quer
levando ao mundo tuas cantigas de amar.
Canta, ó bardo violeiro,
que as portas do sétimo céu
para todos se abrirão
e no fogo da tua canção
será a alma do mundo purificada.
E a vida que sem música era nada
a música em tua viola, finalmente, será vida.








DROPS DA SÉTIMA ARTE

por Fabrício Brandão




Eletrodoméstica. Brasil. 2005.


A produção cinematográfica do Recife vem se destacando cada vez mais. Uma confirmação dessa boa fase está no curta-metragem Eletrodoméstica. Neste filme, o diretor Kleber Mendonça Filho explora de uma forma bem curiosa as várias faces de uma dona-de-casa em seus afazeres domésticos. A protagonista é mostrada como um alguém que possui uma relação algo fetichista com todos os seus aparelhos eletrodomésticos. Não há atividade a ser feita em sua casa que deixe de utilizar o seu aparato. Mas, poderia dizer que não é o aspecto da dependência tecnológica o ponto forte do filme, e sim a bela construção tempo-emoção vista no comportamento da personagem. O que se vê é uma mulher num diálogo consigo mesma, moldando sua rotina através da funcionalidade dos aparelhos. Há esse desenho próprio de emoções, expressões, algo contido naquela pessoa que aguarda o término de mais um ciclo automático de coisas. Interessante também é uma espécie de sincronia onde quem marca o ritmo das sensações e da montagem é o barulho dos eletrodomésticos. A mulher eletrodoméstica é aquela que dilui sua solidão e seus impulsos dando vida ao inanimado. Um grande filme e, certamente, mais uma leitura possível para as coisas aparentemente simples do cotidiano.


(Eletrodoméstica pode ser visto pelo site www.portacurtas.com.br)



Blade Runner (O Caçador de Andróides). EUA. 1982.


Mais do que uma tentativa de antevisão futurista, Blade Runner é um emblema da condição humana no que se refere à memória. Dirigido por Ridley Scott, o filme se ambienta na Los Angeles de 2019, onde Deckard, policial interpretado por Harrison Ford, recebe como tarefa a missão de eliminar seis andróides(replicantes) aparentemente bastante semelhantes aos humanos e dotados de habilidades militares. Por trás da bela trilha sonora composta por Vangelis, a cidade futurista é caracterizada pelos apelos imagéticos onde são vistos painéis publicitários de afirmação do poderio das grandes corporações, imensos prédios, aglomeração urbana excessiva, poluição em todos os níveis e baixa qualidade de vida. Nesse contexto, a caça aos replicantes aparece atravessada por questões bastante interessantes. Uma delas se refere ao fato de alguns andróides, como é o caso de Roy, interpretado por Rutger Hauer, exprimirem uma reflexão, ao nível do humano, sobre as experiências vividas em sua existência. No mosaico cosmopolita que povoa a atmosfera da obra, vemos também uma certa incapacidade dos seres de construírem sua própria referência do passado. Tudo parece um tanto perdido e a memória aparenta só existir naquilo que é registrado em fotografias. Aqui, é possível ter uma sensação semelhante ao ambiente imaginado por Chico Buarque em sua Futuros Amantes, onde imperam vestígios de um algo guardado cuja revelação se projeta para um tempo incerto. Trazendo para os nossos dias de louca e incômoda pós-modernidade, fica um questionamento, o de saber se tudo o que vivemos não passa de uma farsa, um simulacro onde os possíveis lugares reais não passam de meros pastiches.








Pescador, Israel Scardua






JANELA POÉTICA (IV)



AS PARTES NA MATEMÁTICA DAS EMOÇÕES
(para Maria Angélica Pedrini Cuzzuol)

Neuzamaria Kerner



Além das metades
terços e quartos
pedaços pequenos
com os quais lidamos nos dias.

Metades terços quartos
e os mais e os menos
dos nossos e dos outros.

Pedaços matemáticos
das emoções todas
que na “média ponderada”
se impõe a razão.

No resultado final
a palavra
Solução
veste a roupa da
Esperança
e a vida vai se depurando...
inteiramente
governadamente
matematicamente.









UNIVERSO MUSICAL (II)



A OUTRA CARA DA BOSSA

por Fabrício Brandão



Composto em sua essência pelo trio de músicos Márcio Menescal, Alexandre Moreira e o Dj Marcelinho da Lua, o grupo Bossacucanova reúne elementos que constroem outras possibilidades para a MPB. Trata-se de um mix cuja base vem das raízes da Bossa Nova e que se acopla a ritmos muito bem dosados pela música eletrônica e pela dance music. Essa mistura, além de produzir uma batida bastante interessante e bem típica das feições dançantes modernas, consegue preservar o sotaque da Bossa tradicional. Com três discos gravados, o grupo empresta seus olhares a canções que, em sua maioria, são do período áureo daquele movimento.


Bossacucanova


Há um quê de experimentação presente em algumas de suas músicas. Exemplo disso é o que pode ser ouvido na faixa Bom-dia Rio, que faz parte do último álbum do grupo, Uma Batida Diferente. Nesta canção, além da bela voz de Cris Delano, cantora que marca presença em vários trabalhos da banda, pode-se ouvir a voz sampleada de Roberto Menescal num depoimento sobre a Bossa Nova. O próprio Menescal, que é um ícone bossanovista, aparece como um parceiro constante do Bossacucanova, principalmente no disco Brasilidade. Outros tantos artistas como Marcos Valle, Simoninha, Adriana Calcanhoto e o talentoso Celso Fonseca contribuem para essa fusão de estilos que servem para reforçar o bom gosto desse repertório. Para quem acredita que coisas boas podem ser transformadas em outras de igual valor, vale a pena prestar atenção no trabalho desse trio.


(Detalhes sobre o grupo podem ser vistos no site: www.bossacucanova.com)







JANELA POÉTICA (V)


LEMBRA, CORPO...

Konstantinos Kaváfis


Lembra, corpo, não só o quanto foste amado,
não só os leitos onde repousaste,
mas também os desejos que brilharam
por ti em outros olhos, claramente,
e que tornaram a voz trêmula – e que algum
obstáculo casual fez malograr.
Agora que isso tudo perdeu-se no passado,
é quase como se a tais desejos
te entregaras – e como brilhavam,
lembra, nos olhos que te olhavam,
e como por ti na voz tremiam, lembra, corpo.


(Extraído do livro Poemas, Editora Nova Fronteira, tradução de José Paulo Paes)

41 comentários:

  1. O blog está ótimo, amigo! Bom lê-lo!
    Abraços!

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  2. Fabi, que presente maravilhoso, valeu a espera, que delícia ler seus textos, os poemas de Neusa, o Baratos está o maior barato rsrsrs.
    Beijos carinhosos...
    Te admiro cada vez mais.
    Vânia Lessa

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  3. PARABÉNS! VOCÊS REDESCOBRIRAM A PÓLVORA COM ESTE BLOG INTERESSANTE E INTELIGENTE.

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  4. Fabricio,
    Acabei de ler a terceira leva do blog.Gostei bastante e estou selecionando uns e-mails de pessoas que deverão gostar tb.
    abraços
    Emiliosuzart

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  5. Olá, poetas e encantadores da alma do Baratos Afins ! Estou encantada com as poesias, as telas inseridas nas poesias do nosso artista Isamel. Todas as poesias são maravilhosas e algumas delas, como Eu Bebi a Lua, conheço e bebemos a lua em todos os aspectos rs.
    Meu blog também está no ar. Aproveitem para visitar e deixar seus comentários, pois eles são importantes demais.
    Beijos,
    Silvia

    http://silviakernerblogpoesia.blogspot.com

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  6. Desculpe-me mas errei ao digitar o nome do nosso artista. O correto é Israel e não Ismael - rs. Acho que fiquei embriagada ao beber a lua e deliciar o néctar de todas as poesias.

    Beijos,
    Silvia

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  7. Neuzamaria e Fabricio,
    Agora com mais tempo disponível posso oferecer minhas impressões sobre as "veracidades de suas mentiras".
    As pinturas de Israel Scardua remetem-me ao Japão principalmente a dos barcos.Qualquer coisa de Kurosawa que ví em "Sonhos"Parece-me também um primitivo moderno.
    Oconto de Bolivar Landi remete-me às fábulas de Millõr,não faltando a moral.
    As poesias de Neuzamaria (principalmente Namastê) e a de Affonso são dignas de figurar nas melhores antologias.E a sua crônica sobre Xangai extrapola a tiete que ela é do mesmo.
    O artigo sobre James Dean-River Phoenix-Pequeno Principe do Luiz Felipe demonstra o grau de conhecimento e paixão do seu autor pelo cinema e literatura mas sobretudo seu amôr pela "imagem em movimento".
    E os artigos de Fabricio denotam sua grande sensibilidade e visão singular sobre assuntos diversos como cinema,poesia,prosa,bate-papo e "baratos afins".
    As irreverencias de Aparecido transmitem um espirito crítico e iconoclasta tão em falta hoje no mundo das Letras.
    Enfim,num mundo cada vez mais visual(vide o fenômeno dos sites de vídeos na internet) é bom têrmos êste tipo de opção.Segundo um teórico da internet(o jornalista americano Chris Anderson) "a internet é o maior amplificador do boca-aboca que já se viu".Baseado nisso vai um conselho que não é de graça:enviem ao maior número de pessoas o blog de vocês.Da quantidade sairá a almejada qualidade.Quando puderem paguem-me.Por enquanto estou aceitando novas levas.
    Sucesso!
    emiliosuzart

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  8. Venho acompanhando os trabalhos de Fabrício e Neuzamaria desde que o blog entrou no ar. A cada dia ele melhora, se aprimora e a tendência é chegar a perfeição. Isso também vale para os construtores, que de igual forma se lapidam, se adornam e se enriquecem. E ao se requintarem, fazem com que a página se torne uma coisa fluente o que deverá atingir um publico cada vez maior e mais diversificado. Hoje em dia, com a velocidade da informação, tudo tem que andar muito rápido, o publico internauta, quer respostas rápidas, numa agilidade que ele próprio desconhece. Apenas num ponto discordaria de Fabrício e Neuzamaria. Deveriam diversificar mais os autores participantes, não tornar o blog só de vocês. Existe uma leva muito grande de gente nova, de gente boa que escreve e quer mostrar a cara, levar seu trabalho ao grandae publico.
    Saudações carinhosas.
    Anibal Dainevi
    anibaldaineve@hotmail.com

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  9. Fabri, o blog, no geral, está ótimo. Precisa só de mais gente escrevendo. Não tem graça um disco só com musicas de um mesmo compositor. Faça uma coisa masi eclética, com mais nomes, com mais textos, com mais pessoas participando.
    Carlos Peixoto
    peixotoamor@hotmail.com

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  10. Aos meus QUERIDOS AMIGOS organizadores do blog BARATOS - AFINS, FÁBRÍCIO e NEUZAMARIA PARABÉNS!!!!! PARABÉNS por nos proporcionar algo tão diferente e de qualidade aos nossos olhos , aos nossos ouvidos , aos nossos sentimentos, enfim, à nossa cultura....

    Como diz MONTEIRO LOBATO: "TUDO É LOUCURA OU SONHO NO COMEÇO.
    NADA DO QUE O HOMEM FEZ NO MUNDO TEVE INÍCIO DE OUTRA MANEIRA, MAS JÁ TANTOS SONHOS SE REALIZARAM QUE NÃO TEMOS O DIREITO DE DUVIDAR DE NENHUM "

    Tenho certeza que este grande sonho ou grande loucura .... já está com seu sucesso garantido !!!! Com todo meu carinho,

    Anna Secomandi

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  11. Oi, Fabrício e Neuzamaria!
    Aqui da Paraíba, falo com vocês a fim de parabenizá-los pelo trabalho. Concordo com os outros comentários, principalmente no que diz respeito à diversificação e acredito que vocês estejam abertos para receber gente nova para as próximas LEVAS. Li o comentário do emiliosuzart onde ele usa a palavra "extrapolar" para o texto de Neuzamaria sobre Xangai. Não acho que ela extrapolou como tiete, mas como pessoa sensível e que faz questão de falar tão bem e de forma delicada sobre o cantor. Eu também o faria, só que incluindo o trabalho que o Xangai fez com o QUINTETO DA PARAÍBA, que é simplesmente maravilhoso. Usar a a palavra "tiete" que extrapola é muito forte pois fica parecendo coisa de adolescente boboca. Pela beleza e sensibilidade dos textos dela que tenho lido tenho certeza de que não é assim. Basta observar o "estudo" breve que ela fez sobre a Moça Tecelã da Marina Colasanti; basta sentir seu poema JURAMENTOS para saber que ela é sim: uma escritora e apreciadora apaixonada pelo que ela gosta. A "tietagem" em literatura tem a conotação de amor pelas coisas boas.
    Gostei muito do texto do escritor Luiz Felipe porque me fez viajar junto com o Pequeno Príncipe, um dos primeiros livros que li, comparando-o com James Dean e River.
    Talvez um dia eu crie coragem e escreva algo sobre as minhas paixões intelectuais e envie para vocês.
    Os textos do Fabrício são maravilhosos e dignos de "tietagem".
    Parabéns pelo Baratos-afins! Vão em frente porque a Paraíba está com vocês.

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  12. Olá pessoal do Baratos-Afins! Vocês estão na linha de escrever coisas boas dentro de tanta coisa desinteressante que há na internet.
    Parabéns! Sugestão: Apresentem links com outros blogs e sites.
    Um abraço.
    Celma Mujjally - Cotia (São Paulo)

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  13. Enfim, um blog sério, falando de coisas sérias para o entrenimento das pessoas, num mundo virtual onde só se vê bobagens e assuntos que nada trazem de util para o cidadão. Parabenizo os construtores pela iniciativa
    Natal João Pessoa

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  14. Perspectiva de loucura
    (para os amantes da poesia)
    do poeta e jornalista Egydio Vieira Filho de Rio Vermelho - Salvador Bahia

    Se falta o teu amor e o teu carinho
    vai me sobrar angustia e desalento.
    Nesse último percurso do caminho
    será grande demais meu sofrimento

    Velho, sem lar, sem paz - ave sem ninho...
    Madrugada sem luz no firmamento.
    É difícil no fim, viver sozinho
    Inundado de mágoa o pensamento

    E suportar o medo de perder-te
    medo de ficar só, medo de ver-te
    em lágrimas, sofrendo noutros braços.

    Por onde fores, ouvirás meu grito
    de louco amedrontado, alma em conflito
    Acompanhando todos os teus passos

    (Enviado por Liliane Rodrigues de Almeida Foz do Iguaçu Paraná PR).

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  15. Legalllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllll,
    Sensacionalllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllll
    fenomenalllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllcansei
    Betotododia

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  16. Caro, Aníbal!
    Tanto eu quanto Neuzamaria, ficamos honrados com comentários como o seu. O Baratos Afins chega tentando abrir espaços para a explosão da palavra. Em resposta à sua sugestão, gostaria de enfatizar que a proposta do site é o de ampliar os espaços mesmo, trazendo novos autores para serem lidos e digeridos. Com certeza, existem muitas pessoas com bons escritos por aí e que merecem ser vistas nas suas mais variadas formas de expressão. É dessa necessidade do novo que vem a nossa vontade pelo diferente. Então, acreditamos que a cada nova Leva, tais espaços surgirão com novos e preciosos autores. O Baratos estará aberto para diversos colaboradores sempre e pedimos, também, que divulgue o site entre os teus.
    Abraço bom e obrigado pela interação. Sempre responderemos a todos!
    Saudações pela palavra,

    Fabrício Brandão e Neuzamaria Kerner - EDITORES

    PS: Não conseguimos enviar a resposta pelo teu e-mail. Pode confirmá-lo para nós?

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  17. Ao nosso leitor Carlos Peixoto,
    Tal como respondemos ao Aníbal, a proposta do Baratos sempre será a abertura de espaços para os novos autores. A cada Leva, tentaremos cativar mais ânimos voltados para a divulgação de novos escritos e outros tantos afins culturais.
    A sua leitura e sugestão é algo muito importante para o seguimento do trabalho.
    Obrigado e saudações pela palavra,

    Fabrício Brandão e Neuzamaria Kerner - EDITORES

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  18. Querida leitora Edna Medeiros,
    Ficamos felizes por vermos pontuadas várias dicussões a cerca de seu sentir sobre os textos. É muito importante saber quais leituras são geradas pelo fantástico, sensível e inusitado mundo dos repertórios pessoais.
    Obrigado pela veia entusiasta que agrega também a Paraíba. Quanto aos teus escritos, o Baratos estará sempre de portas e sentidos abertos.

    Saudações pela palavra,

    Fabrício Brandão e Neuzamaria Kerner - EDITORES

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  19. Querida leitora Celma Mujjally,
    Obrigado pela leitura e incentivo. Sua sugestão dos links é indispensável mesmo. Já fazemos referências a alguns sites em alguns de nossos textos, mas continuaremos colocando mais.

    Saudações pela palavra,

    Fabrício Brandão e Neuzamaria Kerner - EDITORES

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  20. Querida leitora Liliane Rodrigues,

    Quão admirável é a sua forma de comentar o Baratos através do sentir poético. Obrigado pelo envio do poema e pela leitura do blog!

    Saudações pela palavra,

    Fabrício Brandão e Neuzamaria Kerner - EDITORES

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  21. A todos os nossos leitores,

    Agradecemos a todos que estão lendo e comentando esta nova Leva do Baratos Afins. A participação de vocês alarga os horizontes do site e nos incentiva a continuar com a tão almejada jornada pela palavra. Aqueles que desejarem trocar e-mails conosco, podem nos fornecer seus endereços ou enviar mensagens para: baratosafins@gmail.com

    Saudações pela palavra,

    Fabrício Brandão e Neuzamaria Kerner - EDITORES

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  22. Amigos Fabrício e Neuzamaria, o que se de deve ter em conta, quando autores são citados são as as fontes geradoras de onde os textos foram tirados. Vejo que alguns deles não se tem a menor idéia de como pesquisar e conhecer outros trabalhos. Precisamos lutar com todas as forças para que o autor anonimo não continue se debatendo na escuridão, como um neófito a procura de luz. Quanto ao mais, o blog merece os parabéns.
    Rogerio Castro de Almeida
    Pedra de Guaratiba - Rio de Janeiro RJ
    Identidade nº IG 510.632 ME RJ
    CPF 765.234.923-15

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  23. Estou encantada diante de tanta beleza!
    Sem palavras...
    Mas, não podia deixar de compartilhar esse meu sentir.

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  24. Caro leitor Rogério Castro,

    A maioria de nossos colaboradores desconhecidos até então, acredite, não possui textos publicados em livros e nem outras fontes. O Baratos está abrindo portas para que eles exercitem suas vozes e, desse modo, comecem a se mostrar ao universo de leitores. É como se seus livros fossem sendo escritos agora, aos poucos, em cada Leva. Quanto àqueles que possuírem uma referência de pesquisa de seus trabalhos, pode estar certo de que sempre indicaremos suas respectivas fontes. Que bom você ter citado a importância dos autores anônimos. Ficamos contentes por saber da existência de pessoas interessadas em escritos que, mesmo não sendo de conhecimento do grande público, representam fontes dotadas de grande qualidade. Obrigado pela sugestão e perceba também o Baratos como sendo um movimento em prol dos escritores ocultos. Pode estar certo de que mais gente virá, pois o espaço está aberto a todos que desejarem. Então, viva aos anônimos!!
    Saudações pela palavra,

    Fabrício Brandão e Neuzamaria Kerner - Editores

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  25. Olá amigo Fabrício e Neuzamaria, gostaria de parabenizar-los, por este brilhante blog, está muito bem diversificado e interessante, me agrada muito continuem assim !

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  26. Aê galera! Legal achei porque ainda tem vida inteligente na rede. Já me sinto pescado e quero sair do anominato; gênio a idéia de gente nova na parada! As telas de Israel, a escreveção de Landi... Caracas!
    A quem me reporto pros meus textos? Fabrício? Neuzamaria?
    Parabéns! Sandro Carieri

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  27. Pris: Neuzamaria,
    Só vim para dizer que fiquei encantada com seus textos do blog. Estão ótimos e com uma liguagem clara e objetiva, não há quem possa reclamar de dificuldade de leitura.
    Continue assim.
    Um grande beijo da sua aluna
    Priscila

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  28. Caro leitor Sandro Carieri,

    Gostaríamos de agradecer pela leitura do Baratos Afins e, sobretudo, pelas observações que derivam do seu sentir. O blog tem como prerrogativa mesmo a abertura de espaços para novas vozes do terreno cultural. Há um universo tão rico de expressões ainda desconhecidas. Por esse motivo, as Levas estarão sempre disponíveis para aqueles que desejarem engrossar o coro de novas palavras.

    Seja bem-vindo com seus escritos e opiniões e nos ajude também a divulgar o espaço. Podes mandar os textos para os e-mails: baratosafins@gmail.com ou fabri_br@hotmail.com

    Obrigado e saudações pela palavra,

    Fabrício Brandão e Neuzamaria Kerner - Editores

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  29. Fabrício e Neuza

    Meu e-mail é esse mesmo:
    anibaldainevi@hotmail.com
    abraços
    Anibal Dainevi

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  30. Gostaria de saber onde encontro os textos de Aparecido Raimundo de Souza.Lí um comentário de Neuzamaria sobre ele, mas confesso que não atinei com nada desse autor no blog.
    Obrigado
    Carlos Eduardo
    Ilha do Governador Rio de Janeiro RJ
    carloseduardo9998@yahoo.com.br

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  31. Caro leitor Carlos Eduardo,

    Em primeiro lugar, gostaríamos de pedir desculpas pela demora na resposta ao seu pedido. Na verdade, estivemos com um problema de ordem técnica no blog e ficamos sem poder operar durante as últimas 48 horas. Quanto aos textos do escritor Aparecido Raimundo de Souza, os mesmos podem ser encontrados através do link para a seguinte página: http://www.paralerepensar.com.br/aparecidoraimundo.htm . Além disso, conforme citado aqui no blog por Neuzamaria, você pode encontrar o autor nas obras: Quem se abilita? Com os chifres à Flor da Cabeça, As Mentiras que as Mulheres Gostam de Ouvir (Ed. Papel Virtual, Rio de Janeiro).
    Ficamos honrados com a sua participação e gostaríamos de agradecer pela leitura e interação conosco.
    Saudações pela palavra,
    Fabrício Brandão e Neuzamaria Kerner - Editores

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  32. Queridos leitores,

    Gostaríamos de avisar a todos que fizemos a inclusão de referências às obras de Valdelice Pinheiro e Aparecido Raimundo de Souza. Os acréscimos podem ser lidos logo abaixo dos respectivos textos sobre os autores em questão.

    Saudações pela palavra,

    Fabrício Brandão e Neuzamaria Kerner - EDITORES

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  33. Participem da Comunidade:
    http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=22928227

    Comunidade destinada aos Amantes do Baratos Afins.

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  34. Passei por aqui só para dizer a vocês que o Aparecido Raimundo continua sensacional. Sempre irreverente e sarcástico. Acabo de ler no TEXTOS INTELIGENTES" edição desta segunda-feira, 13.11.06 o seu "Sem buracos na caixa preta". Sem duvida alguma, um texto fantástico digno de um escritor que disse a que veio.
    Barbara Santana dos Santos
    Casa Verde São Paulo Capital

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  35. Passei por aqui só para dizer a vocês que o Aparecido Raimundo continua sensacional. Sempre irreverente e sarcástico. Acabo de ler no TEXTOS INTELIGENTES" edição desta segunda-feira, 13.11.06 o seu "Sem buracos na caixa preta". Sem duvida alguma, um texto fantástico digno de um escritor que disse a que veio.
    Barbara Santana dos Santos
    Casa Verde São Paulo Capital

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  36. Passei por aqui só para dizer a vocês que o Aparecido Raimundo continua sensacional. Sempre irreverente e sarcástico. Acabo de ler no TEXTOS INTELIGENTES" edição desta segunda-feira, 13.11.06 o seu "Sem buracos na caixa preta". Sem duvida alguma, um texto fantástico digno de um escritor que disse a que veio.
    Barbara Santana dos Santos
    Casa Verde São Paulo Capital

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  37. Querida leitora Barbara,

    Obrigado pela interação através desta sua observação atenta ao trabalho de autores como o Aparecido. Seja bem-vinda a colaborar sempre!

    Saudações pela palavra,

    Fabrício Brandão e Neuzamaria Kerner - EDITORES

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  38. A Atenção dos Editores do Baratos Afins.
    Prezados Senhores:

    Não poderia deixar passar em branco, o comentário da leitora Bárbara Santana dos Santos, do bairo da Casa Verde nesta capital, sobre o texto "SEM BURACOS NA CAIXA PRTA" do escritor Aparecido Raimundo de Souza publicado em 13.11.p.p., na Revista Eletrônica semanal "TEXTOS INTELIGENTES", aqui em São Paulo. O ilustre jornalista tece comentários maldosos em nome do ilustre Delegado da Policia Federal Renato Sayão, ao comentar que ele "ESTA FORA DA ROTA, ÀS APALPADELAS, VOANDO NUM CEU QUE NÃO É DE BRIGADEIRO". Talvez isso se deva ao fato do escritor ter tomado conhecimento pela imprensa que o delegado acima citado, ao chegar na base naval em Brasília, para ouvir os 18 controladores envolvidos no acidente da GOL, onde chegaram a óbito 157 pessoas, o mesmo se deparou com atestados médicos e afastamentos do serviço por motivos emocionais, o que não deixa de ser rotineiro em casos dessa proporção. O escritor é bastante sarcástico quando afirma categoricamente que "A POLICIA FEDERAL, ATRAVÉS DO DELEGADO RENATO SAYÃO, RESPONSÁVEL PELO INQUÉRITO (para se apurar não se sabe exatamente o quê) ESTÁ FAZENDO PAPEL DE PALHAÇO". Ora, não é bem assim que a coisa funciona e a banda toca.Existem parâmetros que devem ser respeitados, todos têm direito a ficar doente, a faltar ao serviço, afinal de contas, vivemos num país democrático e de direito. É provável que o escritor Aparecido Raimundo de Souza, desconheça a vida do delegado Sayão, sua ficha de serviços prestados a briosa Policia Federal. É provável, outrossim, que o cidadão Aparecido, ao denegrir a boa imagem da Policia Federal, tenha se esquecido do que está posto no Artigo 5º da Carta Maior, cabendo a esse órgão, o pleno direito de resposta, através de Interpelação Judicial, no mesmo espaço onde foi veiculado o artigo, cabendo tambem, por extenção, reparação por danos morais solidariamente com o periódico que veiculou o texto, respondendo, ambos, pelos crimes previstos nos capítulo "DOS CRIMES COMETIDOS PELOS PROFISSIONAIS DA IMPRENSA". Destarte, em tempo hábil, a Policia Federal, através do seu jurídico, em conjunto com o Ministério da Justiça, ao qual está vinculado, proporá as ações cabíveis em face do articulista autor do texto, e da revista que o veiculou. Está de parabéns a leitora Bárbara, por tietar seu ídolo, mas ela deve saber, todavia, que não é com pedras ou com paus, que se fará justiça, nem jogando lama em pessoas decentes, que se conseguirá chegar a algum lugar. O escritor Aparecido Raimundo de Souza foi infeliz ao veicular inverdades, porém, deve saber, que seu texto, embora cheios de belas retóricas, pode formar em pessoas menos desavisadas ou informadas, a sublevação à ordem, culminando com a guerra psicológica adversa. A Policia Federal é um orgão que luta em prol da sociedade, que pugna pela verdade, acima de tudo pela verdade. O Dr. Renato Sayão é figura ímpar e merece respeito pois vem fazendo a longos anos um trabalho transparente a frente do distintivo que usa. Em razão disso, fica aqui posto, essa NOTA DE REPUDIO em torno do texto do escritor Aparecido Raimundo de Souza, brilhante, sarcástico, porém, destituido dos parâmetros legais, um texto que fere o bom senso a diginidade, o decôro de todos nós brasileiros.
    ANSELMO DIAS CUTINI
    Bel/Del. ASSESSORIA DE IMPRENSA E COMUNICAÇÃO DA POLICIA FEDERAL.

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  39. Prezado Anselmo Dias Cutini,


    O Baratos Afins nasceu com um propósito único, qual seja o de se revelar um espaço de morada para a palavra sensível. Através de um percurso por todo o território cultural, buscamos essencialmente a expressão caracterizada em setores como cinema, literatura, artes plásticas, música, teatro e outras tantas manifestações vigorosas do espírito humano. Acreditamos nas visões que brotam do entendimento sobre os signos da vida, seja através de poemas, crônicas, canções, entrevistas ou por meio de outros textos diversos. Quem visita o blog, pode perceber a sugestão que nele está contida. Primamos por uma libertação que somente é possível por intermédio das diferentes leituras sobre a existência. Não nos interessamos por visões ideológicas e nem por partidarismos radicalistas. E tal conduta é possível de ser percebida através da leitura de nossos textos e autores. Bem sabemos que posturas combativas e discordâncias permeiam os mais variados meios de comunicação. No entanto, não estamos nem um pouco interessados em fazer alianças com os membros dessa “guerrilha” diária de trocas de farpas e ataques incessantes contra quem quer que seja. Nosso único compromisso é com a arte, sobretudo aquela que é capaz de trazer as pessoas de volta ao sonho, esta matéria-prima fabulosa e tão marginalizada pelos nossos iguais.

    No espaço dos comentários aos nossos trabalhos, temos aí um lugar à espera de participações efetivas dos leitores, as quais servem de impulso para a continuidade de nosso ofício. Aqueles que colaboram com suas opiniões fazem uso de suas liberdades individuais de expressão e é impossível mensurar o teor de suas falas. Diante disso, é necessário reconhecer que estamos em meio a um espaço aberto de possibilidades, de relatos dotados de imprevisão, o algo tão típico dessa grande e complexa mídia que é a Internet. Estamos expostos sim, é uma constatação real, mas isso não vai descaracterizar a proposta aberta de nosso zelo pela arte. Somos operários da palavra, abrindo espaços para as gentes ancorarem suas novas vozes. O espaço estará sempre disponível para que nele venham a se juntar todos aqueles que desejem transformar suas existências pelos imperativos do bem.

    Atenciosamente,

    Fabrício Brandão e Neuzamaria Kerner - EDITORES

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  40. Oi querida professora, adorei o seu blogger!
    Tudo está mt lindO!
    Os textos então...
    ...nem se fala!
    Adorei de coraçãO!
    Abraços da sua aluna Gisele!

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