POR NÃO ESTAREM DISTRAÍDOS
Havia a levíssima embriaguez de andarem juntos, a alegria como quando se sente a garganta um pouco seca e se vê que por admiração se estava de boca entreaberta: eles respiravam de antemão o ar que estava à frente, e ter esta sede era a própria água deles. Andavam por ruas e ruas falando e rindo, falavam e riam para dar matéria e peso à levíssima embriaguez que era a alegria da sede deles. Por causa de carros e pessoas, às vezes eles se tocavam, e ao toque – a sede é a graça, mas as águas são uma beleza de escuras – e ao toque brilhava o brilho da água deles, a boca ficando um pouco mais seca de admiração. Como eles admiravam estarem juntos!
Até que tudo se transformou em não. Tudo se transformou em não quando eles quiseram essa mesma alegria deles. Então a grande dança dos erros. O cerimonial das palavras desacertadas. Ele procurava e não via, ela não via que ele não vira, ela que estava ali, no entanto. No entanto ele que estava ali. Tudo errou, e havia a grande poeira das ruas, e quanto mais erravam, mais com aspereza queriam, sem um sorriso. Tudo só porque tinham prestado atenção, só porque não estavam mais bastante distraídos. Só porque, de súbito exigentes e duros, quiseram ter o que já tinham. Tudo porque quiseram dar um nome; porque quiseram ser, eles que já eram. Foram então aprender que, não se estando distraído, o telefone não toca, e é preciso sair de casa para que a carta chegue, e quando o telefone finalmente toca, o deserto da espera já cortou os fios. Tudo, tudo por não estarem mais distraídos.
(Texto escrito em 12 de dezembro de 1970 e parte integrante do livro de crônicas A Descoberta do Mundo, Ed. Rocco)
CICERONEANDO
Trinta anos nos separam do “desaparecimento” de Clarice Lispector. No entanto, as marcas que transbordam de seu universo intimista mostram uma constante ressurreição da escritora, algo que insiste em ficar, revelando-se em textos e sentidos, leituras possíveis de outros tantos olhos. Lispectorar o ser é quebrar amarras, romper prisões, redescobrir o mundo aborrecido de visões banalizadas. É descongestionar o peito que necessita purificar seus impulsos vitais com o mais renovado ar da leitura de nós mesmos. Todos ocupados na sala de jantar, digerimos a sopa de letras da dona-de-casa Clarice. Recebeu-nos assim, preferindo não ser nada, apenas mulher a escrever quando surge a companheira vontade. Então, fez-se a Sétima Leva, com desejos de uma singela homenagem à mulher-escritora. Ao longo dela, estão links para uma entrevista de Clarice, datada de 1977. Alguns de nossos colaboradores soltaram seus verbos em torno de signos Clariceanos. Novos nomes como os de Cristiano Contreiras, Anne Ventura, Oswaldo Antônio, entram para a família Diversos Afins. Destaque para a aparição da menina-poeta, de apenas 16 anos, Fernanda Cota, uma mineira que diz ser escrita pelas palavras. Por entre textos, a exposição das cores vivas e brasileiras de Chico Liberato, artista plástico de Salvador. Revivemos Castro Alves através da lembrança de um 14 de março, dia da poesia. Mesa posta com poesias, contos, crônicas, música, cinema e outros pratos: hora de se alimentar. Sejam bem-vindos!
*Comentários podem ser feitos no link EXPRESSARAM AFINIDADES, que se encontra no fim da Leva.
NADA DO QUE EU DISSE ANTES
Disse-me assim: eis a brancura que te tornará habitante sem igual desse mundo hermético. Logo eu que, crendo tecer horizontes de cores diversas, avantajei-me junto à claridade intensa daqueles dias tão exageradamente tórridos. Pois então, nada de perder o tino sobre as coisas que vão e vêm. Agarrei as luzes dentro do calor do dia, escorregando incansavelmente por sobre a confusão de tráfegos dos outros. Irritei-me com as faces que ali estavam. Gente imóvel, forçada a repetir automaticamente a rotina que faz todos se esquecerem de todos. Eles nem sempre fazem isso porque querem. Estão perdoados, portanto. Estão anistiados pelas tréguas necessárias da minha miopia. Único desejo depois, o de voltar pro abrigo e encontrar tudo no lugar, estéril, organizado, isento de desordens aparentes. Sim, pois o que não consigo ver está anotado na pauta perdida do coração alheio. Faça-me o favor! Não quero os relatos daquilo que nem consigo lembrar que fui. Tampouco desejo a obsessão em resolver essa equação existencial imposta pelo olhar que não me pertence. O impulso didático nada pode fazer, pois a luz entra, corta por dentro a matéria de que sou feito, e não encontra o valor de x.
JANELA POÉTICA (I)
COISAS DA SOLIDÃO
Neuzamaria Kerner
I
passarinharam:
eu ninho
nada-e-fico.
cresci
casei
cumpri sina
pari
criei
solidei
não me vi
eu menina.
seu copo de água ardente
na alma inquieta
que vive em mim...
quedou-se o corpo
ardeu-me o fim!...
me voou:
para trás
penas soltas
que aparo
escorregam entrededos
amarelos.
V
Um pensamento
Teimoso
Foi te ver.
Bateu com a cara na porta
Voltou rabo entrepernas
Dormiu no meu regaço
Sonhou vida boêmia
E embriagado de dor
O rebelde virou
Poema.
CONTORNOS
Eu sou só e leio Clarice. Além disso, organizo os temperos na bancada da cozinha utilizando como regra a temperatura que imagino transmitirem. Menta em um extremo, pimenta noutro. No domingo nunca há muito do quê se ocupar, nada além de observar os resultados luminosos dos afazeres de sábado. Olho para móvel, imóvel e impecável, as plantas estão podadas e verdes... Não me lembro, exatamente, do momento em que deixei de gostar dos fins de semana, nem dos motivos que antes os tornavam tão agradáveis. Picolé, sairei para comprar picolés! Satisfeita por encontrar uma diversão, visto meu melhor vestido casual, pinto das unhas aos olhos e subo no alto da mais elegante sandália que esconde meu guarda-roupa. Olho-me no espelho – estou linda – ponho meus óculos gigantes, à Marisa Monte. Apanho a bolsa, despeço-me de minha cachorra contando com a falta que farei e desço, deslumbrante, as escadas de meu edifício. Nenhum vizinho está por perto. Saio pelo portão, observo a rua semideserta e sigo à esquerda. Dali a duas quadras está a sorveteria, quase lotada. Entro com discretos movimentos, simulando descaso, apanho uma sacola e inicio a escolha dos sabores. Manga, tangerina, chocolate e café. Sinto-me especial por chupar picolé de café, sou uma moça exótica. Ao todo, o rapaz do caixa conta 16 unidades e me incomoda um pouco o fato de não tirar em nenhum momento os olhos dos produtos e do dinheiro. Saio com minha sacola cheia, vistosa, e atravesso a primeira quadra com um leve biquinho de soberba. Imagino-me uma glamorosa atriz de Hollywood, fazendo triviais compras de fim de semana, enquanto um paparazzo me fotografa escondido atrás do fusca bege. Há uma trilha sonora para a minha caminhada: You know I’m no good, Amy Winehouse. Estou distraída nesses pensamentos e não noto, enquanto atravesso a rua, o bueiro que afunda o asfalto. Piso em falso. Meu pé direito lentamente se torce em movimento contrário à sandália, rompendo-lhe a tira que imita couro. Meu corpo se ergue para frente e percebo minhas pernas se dobrarem rendidas ao desequilíbrio. Como quem tenha que solucionar a queda inevitável, estico os braços na esperança de que as mãos irão me amparar. Os joelhos são os primeiros a encontrar o solo. Depois vislumbro as unhas bem feitas, que escorregam no escuro áspero. E já estou, toda, no chão. Ofego. O sangue parece correr mais rápido dentro de mim, como se antes não estive aqui. Ainda não pude perceber o que me aconteceu. Arranco as mãos cravadas no asfalto e ergo um pouco o tronco, permanecendo de joelhos. Olho as minhas palmas, que ligeiramente sangram. Estou suja do urbano. Lembro-me da sacola e a procuro. Em algum momento de que não me dei conta, ela fora arremessada como eu. Estou incontrolavelmente trêmula. Percebo que tenho os olhos arregalados como se tentasse ver o que ainda parece difuso. Da calçada, pessoas me observam e cochicham qualquer coisa que me parece terrível. Preciso me recompor. Um carro se aproxima e pára ao meu lado, está repleto de gente. A motorista pergunta se estou bem. Ergo a cabeça e digo que sim, quero que vá embora. Sinto-me uma completa idiota. A mulher insiste, quer me levar em casa. Sorrio e repito, irritada, que não é necessário. Estou ótima. Ela percebe meu incômodo e parte com ar de despeito. Ainda estou ajoelhada no meio da rua e não me sobrou nada de minha dignidade. Se ao menos eu tivesse sido atropelada, seria uma vítima. Mas, não, milênios de evolução humana e mal sou capaz de me manter erguida sobre as duas patas traseiras. No entanto é urgente prosseguir. Então me levanto lentamente. Preciso recuperar a locomoção vertical que cabe. Afinal, sou bípede. Caminho em direção à calçada e arranco do pé a sandália esquerda que me torna ainda mais patética. Tento, em vão, limpar os joelhos que carregam, sob a pele, partes do concreto. Tudo parece mesclado, asfalto e corpo. O flanelinha sai detrás do fusca e se aproxima do lugar de minha decadência. Apanha um picolé de café que ainda permanece intacto, olha para mim. Você não vai querer? Viro as costas e recomeço minha volta para casa. Meus pés estão nus e pisam com pudor aquela textura nova. É domingo. Não há mais música. Há, apenas, o silêncio escandaloso de uma existência solitária que me faz sorrir.
(Anne Ventura é escritora e professora)
OUVIDOS ABERTOS (I)
BEBEL GILBERTO – MOMENTO
No momento em que escrevo sobre esse disco, ouço a confirmação do talento de Bebel Gilberto. Momento é o mais novo álbum da cantora e ela o faz com beleza, suavidade e graça. Falando em tons suaves, começo citando a bela faixa Azul, adornada com uma base de violão e um desejo terno de cultivar a leveza do lugar ocupado pela sonoridade. Outra interpretação excelente é de Caçada, canção do mestre Chico Buarque, e que aqui aparece sem perder a cadência sugerida pela gravação original. A música ganha corpo pelos arranjos muito bem regados à flauta e a uma zabumba que marca os ritmos velozes propostos pela letra. Em Um segundo, Bebel privilegia a nudez de seu canto juntamente com efeitos de seus vocalizes. Parafraseando Tranqüilo, outra faixa que integra esse grande trabalho, melhor seria ouvir o disco sem nada temer, sem medo do mundo, sem medo da morte, sem se preocupar.
ATO I: "Não sou uma profissional. Só escrevo quando eu quero."
(1ª parte da entrevista com Clarice Lispector)
JANELA POÉTICA (II)
FOLHAS DE AGULHA
Movimentação incrédula e forte de expansão
Dessas que quem olhou não viu somente
A intenção cravada no íntimo de tais revelações
Mas a sensação de que um ponto de partida
Iniciava-se para deixar o começo para trás
Depois de uma tarde inteira de chuvas e sonos
De coisas que não se faziam e tão pouco entendiam
Revivendo o prazer quase dolorido
Das vagas e herméticas virtudes desesperadas
A densidade das complexidades que carregava
Cheias de cadernos, livros, e folhas;
Resumia-se em chamamentos de desespero para realizar
Sabe Deus o que se precisasse para viver o mundo
Caísse-lhe sobre a cabeça e como agulha
Perfurasse todo seus pensamentos desejosos
De organização e monotonia
Fazendo aparecer naquela face oculta vontades mais vivas
E assim como que em corda bamba não se mexia
Como se todo o conhecimento que absorvia
Fosse cair pelo chão virando mil pedaços de vidro
E descobria.
Mais sobre a autora em: Lady Sophia
A RENOVAÇÃO TEATRAL ATRAVÉS DOS TEMPOS
Aristóteles foi o primeiro teatrólogo da história do teatro ocidental. O filósofo, não satisfeito em proferir teses sobre a existência da alma e da moral humana, também se inclinou sobre a tragédia grega para discorrer sobre o assunto. No auge das apresentações teatrais, Aristóteles rascunhou um roteiro para uma futura exposição oral de suas teorias sobre o drama grego. Esse documento é hoje o melhor tratado sobre artes cênicas que já existiu e não há ser humano ousado o bastante para questioná-lo. Trata-se da Poética Aristotélica, um apanhado de idéias sobre tragédia, comédia e epopéia (gêneros literários da época) que se tornou um referencial para qualquer estudioso do teatro.
(Leia mais sobre as técnicas de distanciamento de Brecht em seu livro “Estudos sobre Teatro”. Se quiser conhecer um pouco de Stanislawski, leia “A Preparação do ator”. Algumas teorias de Brecht: Técnica do Distanciamento, Teatro Épico, Teatro Aristotélico e Teoria do Não Antes Pelo Contrário. Algumas teorias de Stanislawski: Ação Posterior, Anterior, Contínua, Interna e Externa e Memória Emotiva.)
E-mail para perguntas: jproriz@hotmail.com
ATO II: "Quando não escrevo, estou morta."
(2ª parte da entrevista com Clarice Lispector)
ELA DISSE-ME ASSIM
Sentado no pequeno sofá daquele velho apartamento, pude vê-la confidenciar os sentidos do momento. Mais do que traços instantâneos e que talvez imprimissem uma agonia presente, as coisas todas me foram ditas numa torrente ininterrupta de lembranças meteóricas. Primeiro andou pra lá e pra cá a passos curtos e com um silêncio estampado na cara. Tive receio daquilo não mudar e eu ficar ali, parado, olhando os quadros, a pilha de vinis raros insistentemente superiores às de cd’s, fotografias de registros intimistas, pôsteres de cinema em várias partes e outros tantos objetos empoeirados de arte. Naquele instante até pensei em como a poeira sobre os objetos parece dar novo tom, confundindo-se a uma espécie de respeito ao modo como tudo deve ficar no seu devido lugar. Tive medo do silêncio absoluto que, em alguns momentos, pode ferir duas vidas, dilacerá-las sem sinais aparentes. Depois quebrou o som do nada, oferecendo-me uma xícara de café. Aceitei, mesmo que pra mim não fosse uma bebida habitual. Trouxe-me o líquido preto, bebi. Pois é, bebi, sim, mas sozinho, olhando ela continuar seu ritmo de andanças perdidas por entre os vãos de seu lar.
JANELA POÉTICA (III)
SOLIDÃO
Ainda que tua solidão
plena em controvérsias
chore alto
cinza, amarelo
infinita peculiaridade
da última gota:
pedaço do espaço
entre dor e liberdade.
lúcida em barco
sussurre mansa
mar de razão
morte da imobilidade
da última hora:
pedaço do céu
entre mãos, olhos, abraços
presença de algum paraíso.
(Leila Lopes é colaboradora ativa do Diversos Afins)
DROPS DA SÉTIMA ARTE
Transamérica. EUA. 2005
Volta e meia, a temática homossexual serve de base para algum argumento cinematográfico. Entretanto, há de se confessar que são poucos os filmes que conseguem tratar do assunto sem cair no lugar comum onde habitam a pieguice e o mau gosto. Transamérica está longe de tudo isso, longe de qualquer estereótipo já conhecido. O filme aborda de forma bem leve e contundente a história de Bree Ousborne (muito bem interpretada pela atriz Felicity Huffman) um transexual que, bem prestes a realizar sua cirurgia de mudança de sexo, descobre que tem um filho já adolescente. A partir daí, abre-se um novo ambiente para a protagonista, pois, além do seu recém-descoberto filho ser órfão de mãe, ela percebe que inevitavelmente terá que se aproximar dele. Bree vai ao encontro do seu filho e os dois entram numa verdadeira viagem de autoconhecimento. Cada um com o seu curso de vida, com suas emoções e misérias. Diria que Transamérica é um filme que está muito além de ser um daqueles tratados que expõem um mero drama de consciência humana. Os personagens têm uma força e resistem às intempéries sabendo que no fundo desejam chegar nalgum lugar. Não há espaço para lamentações por tempos de vida perdidos, mas sim reconstruções dos eus.

(3ª parte da entrevista com Clarice Lispector)
14 DE MARÇO: DIA DA POESIA!
Só um lembrete, só um carinho para aquele que deixou retumbando em nossas almas suas falas de amor e de sofrência pela situação dos injustiçados e dos amantes (ou amorosos?) inveterados.
Castro Alves também não emudeceu diante da violência que grassava no seu tempo, principalmente pelas injustiças sofridas pelos negros escravos. Hoje poderíamos resumir seu grito contra a política que exclui os despossuídos de defesa e justiça. Apela para a nossa emoção, incita-nos a testemunhar a injustiça, conclama pessoas como nós, para que não fechemos os olhos a tanta miséria, a tanta violência nos tempos atuais. Os trechos a seguir, em O navio negreiro, são totalmente imortais visto que merecemos justiça, honra e tranquilidade:
Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se é loucura... se é verdade
Tanto horror perante os céus...
Ó mar! Por que não apagas
Co’a esponja de tuas vagas
Do teu manto este borrão?...
Astros! Noite! Tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão!
....................................
Todos os dias, portanto, é dia de poesia, é dia de renovar as idéias de liberdade, dia de romper correntes e escapar da opressão e da dor. Dia da poesia é o dia que liberta, dia que nos ensina a ver com o coração.
JANELA POÉTICA (IV)
"a paixão segundo contreiras"
foi onde cresci respirando clarice:
o coração selvagem em maturidade,
mero acaso de uma aprendizagem.
li cada verso dela em procura do meu reflexo,
senti que compreendia a mim mesmo:
um homem água-viva.
saber que minha alma não calava sofreguidão,
não estava sozinho.
a hora da estrela foi o exato momento,
encontro com a consciência.
um mortal a buscar o santificado,
a intimidade satisfatória.
e clarice contribui com tudo isso.
MOMBOJÓ – HOMEM-ESPUMA
ATO IV: A Hora da Estrela, pela cineasta Suzana Amaral
( 4ª parte da entrevista com Clarice Lispector)
NOSSA MENTE MISTERIOSA
Por Affonso Romano de Sant’Anna
Continuamos sem saber que mecanismos temos dentro de nossa mente. Quer dizer, sabemos pouco, quase nada, uma ninharia, um nonada.
Amanhecia e fui para o escritório. Sentei-me ao computador, e como o general olha a tropa perfilada à sua frente, olhei as estantes. Mas olhei-as sem arrogância, de maneira segura e espontânea. De repente, como que imantado, como que hipnotizado, como que obedecendo ordens que nem ouvia, mas eram claras, alcei-me da cadeira, subi numa escada, ergui o braço para a última prateleira e meti a mão atrás de determinados livros num canto. E aí aconteceu o milagre. Pronto, peguei o pequeno volume, aliás, o livro pulou nas minhas mãos como um inacreditável troféu.
Pintura de Chico Liberato
JANELA POÉTICA (V)
ABANDONADO NA ESTRADA QUE LEVA À TERRA NOVA
Oswaldo Antônio
Fosse uma rosa menina,
Dessas que caem das estrelas
Se colorem de arco-íris
E se enfeitam de diamantes.
Embranquecem-se de infinito
E se transparecem de raios loucos.
Fosse uma rosa vermelha,
Com a maciez de todas as graças
E a beleza de todas as preces.
Fosse uma rosa de lua,
Que mostram o corpo sem pecado
E escondem a tristeza sob a sua leveza.
Fosse uma rosa de ouro,
Pra comemorar o jubileu de santas
Na catedral de algum país de promessas.
Fosse uma rosa efêmera,
E se espalham pela alma como doença
E se exaurem nas armadilhas do amor.
Fosse uma rosa
De olhos alumiados,
De pele petalina,
De sorriso difuso,
De gestos vastos,
De alma profícua.
Mas é apenas
Uma maria-sem-vergonha,
Dessas que se entregam ao abandono
De uma beira de estrada
Que não leva a lugar algum.
OUVIDOS ABERTOS (III)
CIBELLE – THE SHINE OF DRIED ELETRIC LEAVES
Integrante do já aqui comentado álbum Res Inexplicata Volans, projeto do produtor Apollo 9, a cantora Cibelle desfila sua majestosa suavidade nesse intenso trabalho. The Shine of Dried Eletric Leaves é um verdadeiro passeio sensorial, com arranjos leves e sonoridades muito bem dosadas. Com um mix de canções bem selecionadas, o disco serve como uma verdadeira demonstração da vontade pelo belo. Prova disso está em faixas como Esplendor, onde a cantora empresta força doce à bela letra, afirmando personalidade a sua interpretação. O mesmo pode se dizer de Cajuína, de Caetano Veloso, e que aqui ganha uma plástica que nos parece remeter aos mais vastos horizontes da percepção. Músicas como Lembra, Train Station, Phoenix e Instante de Dois são capazes de conduzir a um universo poético-eletrônico, habitado por sentimentos sublimes, mágicos, bem dignos de contemplação. O álbum é uma viagem transformadora, tocante, prova viva da redenção pela arte.
ATO V: "Entender não é uma questão de inteligência, e sim de sentir e entrar em contato."
(Última parte da entrevista com Clarice Lispector)
TEMPO DE CARNE E OSSO
Composição: Felipe S.
(Canção interpretada por Céu e Mombojó, no disco Homem-espuma)
Clarice dê-me licença para falar de você, mostrando o meu espanto diante da novidade do seu estilo, da deliciosa estranheza que seu texto provoca em mim, na imprevisibilidade de suas construções.
e tudo está muito certo.
ResponderExcluire todos, e cada um à sua vasta maneira, 'lispectaram-se'. esta sétima leva está Clarice pura. de bom gosto, no tom. sem necessidade de aparar coisa nenhuma. é sentar-se e ser conduzido. um pouco à esquerda e vc encontra o vestíbulo onde as vestes poéticas que ela nos legou, permanece exposta ao toque. nosso toque pessoal: cada um a lê, a vê, como bem pretende, entende.
parabéns. charme puro essa nova página! uma delícia o Affonso, caro e querido. eu deixo flores. e um pedaço de caminho, ouço os poemas e admiro os estranhos que nascem dessas horas imprevisíveis.
Fã, sempre.
muito bom aqui fabrício.
ResponderExcluirtudo fino trato.
de bebel a clarice, seus textos, os poemas tudo muito bacana.
abração.
Como vocês conseguem a profundeza na simplicidade? Como vocês conseguem reunir tanta gente boa que escreve e não conhecemos (pelo menos eu)?
ResponderExcluirOnde eu vou conseguir palavras e dizer a vocês dos meus parabéns?.O seu conto, Fabrício é onírico, surreal e muito bom. Seu jeito perspicaz ao falar sobre música e cinema. Seus versos, Neuzamaria, são dignos de entrar para a história da poesia brasileira. A sua fala final sobre Clarice Lispector foi de uma humildade que só os sábios têm: pedir perdão aos leitores e à própria homenageada por falar de uma forma que eu ainda não havia lido? Eu amo você, poeta!
Que coisa graciosa - Fernanda - escrever o que eu, homem maduro, não consigo,mas sinto. De volta a São Luis, continuarei lendo e divulgando o Baratos. Talvez esta seja a melhor forma de parabenizar a vocês e a todos.Temo citar nomes e esquecer de Oswaldo Antônio, Leila Lopes e os demais.
Uma sugestão? Quem é o pintor, Chico Liberato, talvez outros leitores também não saibam. Acho que faltou dizer algo sobre ele, mas isso não invalida a Vitória do Baratos. A Sétima Leva está excelente!
Sempre fiel leitor, abraço vocês.
Sandro Carieri.
Clarice. Ah, Clarice se pudesse conseguir não lhe entender, assim como quer. Clarice. Ah Clarice, que vontade eu tinha de lhe encontrar, bem em espírito ou em qualquer outro lugar, bem próximo, bem forte.
ResponderExcluir“Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda. Essa vontade de ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida”.
Aos queridos editores desta revista eletrônica,
Estou ainda em estado de contemplação. Não só pelos belos textos que tive a oportunidade de ler aqui, mas pela homenagem à Clarice Lispector. Porque Clarice sempre foi para mim uma espécie de refúgio, de gostar sem medidas, de viajar por longos caminhos desconhecidos em mim mesma. E poder vir ao encontro dela novamente através desta página, foi um presente.
Pela exposição tão bela do Fabrício em seus textos, pela poesia, e pela homenagem à Clarice feitas pela Neuzamaria, pelos poetas que me surpreendi: Oswaldo Antônio (poesia expressiva e ao mesmo tempo tão singela), Cristiano Contreira ( pela sincera homenagem à Clarice feita em versos). Sem deixar de lado a Leila, trabalho pelo qual já me apaixonei, tanto em fotografias, como pelas belas poesias. Pela prosa de Anne Ventura, que retomou muito de minhas próprias inquietações ao escrever. Não poderia esquecer também de falar, do trabalho da Bebel, que tive a oportunidade de ver, e é extremamente excitante. E claro, do Affonso que já é para mim uma espécie de exemplo, pelas colocações sempre tão bem feitas.
Outra surpreendente identificação aconteceu com as pinturas de Chico Liberato. Tocou-me, da maneira mais distinta possível, como aquele tipo de arte, que nos tira do estado comum, como quando agente sente uma dor, uma presença escondida, uma beleza diferente.
Tudo isso resultou em um trabalho excelente, em um conjunto, que poucas vezes tenho visto circulando pela Internet. A construção é de uma sensibilidade incrível, e me convida a renovar, a buscar, a querer conhecer coisas novas e diferentes.
Mais feliz ainda estou, por poder fazer parte disso tudo. Agradecida pelo convite, agradecida, por poder desfrutar, e também compartilhar de todas essas inovações. Agradecida, por estar neste conjunto. Tenham certeza que estarei sempre os observando, da maneira mais positiva possível, tenham certeza, que estarei disposta a ajudar-lhes sempre que preciso. Admiro-os, com sinceridade.
“Uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurra para a frente”.
Abraços ternos, e felicitações.
Carinhosamente,
Nanda
Olá querida Neuzamaria
ResponderExcluirAdmiro muito sua dedicação às letras....
Parabéns pelo seu trabalho.
Um grande abraço,
Adorei o BARATOS AFINS
Margô Devos
margo.devos@terra.com.br
Mais uma vez ambos estão de parabéns!
ResponderExcluirGod Save the Queen! Clarice!
Minha primeira obra ensaísta foi em homenagem a ela e igualmente ao contista gaúcho Caio Fernando Abreu!.
Parabéns ao belo trabalho de vocês!
saudações literárias!
gilbert antonio
Clarice, incomparável, que prazer reencontrá-la aqui, neste espaço-tempo!!! Sim, está uma delícia a Sétima Leva do Baratos Afins, com os autores afinados no tom distraído-sensibilíssimo de Lispector, com as pinturas de Chico Liberato, com a pulsação vital soando e vibrando em cada fala, em cada voz, em cada linha-imagem, em cada margem e entrelinha...
ResponderExcluirParabéns a todos os autores, agradecimentos por mais este "presente" saboroso, colorido, que nos instiga à redescoberta constante do mundo, apesar da aparente banalidade do cotidiano: afinal, é nas frestas que achamos o extra-ordinário, é quando quebramos a crosta que encontramos o sumo, a seiva, as sementes...
Beijinskys a todos!!!
[Muito boa esta nova leva do blog Baratos Afins!]
ResponderExcluirE Clarice, tão única!
Ela é o nosso Dostoiesvki de saias
e ainda por cima dona de um rosto,
uma voz, um jeito transtornador!
Lembro de uma entrevista com ela que assisti ,
ainda menino no cinema,
saí em estado de perplexidade,
bem perto do seu coração selvagem...
Professora Neuza
ResponderExcluirMuito bonito e de altíssimo bom gosto.
Grande abraço, Renata
Queridos Leveiros, show, show, show, sem palavras....sem fôlego...Beleza pura!
ResponderExcluirVou respirar agora rsrsrsrs, Nossaaa!
Queridos,
ResponderExcluiré um presente poder estar tão perto, aliás, mergulhar neste mar de sensações poéticas, fazendo-me, verdadeiramente, parte dele.
Mar, barco, cores, palavras, tantos sons e Clarice soprando em tantas direções o vento da inquietude (mergulho profundo).
Foi, está sendo e será sempre um prazer fazer parte deste lugar que se expande e lança corda ao mar, lança corda à infinita condição poética de cada colaborador.
Sorte e sucesso a todos.
Sempre.
Beijos e carinho imenso.
Engraçaçado, ao som de Zeca Baleiro descobri este blog. Gostaria de colaborar. A homenagem à Clarice e as gravuras de Chico Liberato dão a abrangência e os textos que li (pq de tão gostosos deixei pra ler mais amanhã) mostram a plenitude da alma de quem cria isto. Felicidades!
ResponderExcluirGostei muito da Sétima Leva, um verdadeiro show de cultura!
ResponderExcluirApesar de ainda leitor novato dessa esplêndida e-maravilha, quanto mais avanço por entre as linhas, tanto mais gosto do que leio e já anseio pela Leva seguinte.
Parabéns pelo projeto!
Abraços
Neuzamaria,
ResponderExcluirVisitei o seu blog hoje, de novo.
Peguei um fragmento da poesia de Castro Alves, que já conhecia.
O texto de Clarice Linspector é desnudante...incomoda...não conheco muito dos textos dela...boa sugestão.
Sugestão: Por que LEVEIROS? Outra palavra não seria melhor? Leveiros - soa muito ruim...parece que vai levando.Não poderia ser condutor, criador, autor...
Um grande abraço
Euzner
euznerteles@hotmail.com
Neuzamaria
ResponderExcluirMuito lindo,lindo,lindo amiga parabéns para voçê e Fabricio bjsssssss
Maurísia e José Vital
jvmelo@uol.com.br
agora encontrei o caminho do comentário e hoje à noite irei deixar aqui o meu recado acerca das obras do baratos afins"setima leva"primeiro elogiar o espaço, realmente tem personalidade, tem forma e a forma é tambem uma obra de arte e vcs acertaram tanto mas tanto que ficou parecendo uma casa que agente chega e não quer mais sair e acaba pedindo uma rede.obrigado.
ResponderExcluirLeila Lopes me mostrou o caminho daqui e ainda estou de boca meio aberta diante dessa riqueza toda. Vim pela isca de Clarice, mas tudo aqui vale a pena. Linko vocês, queiram ou não queiram :) Beijos bem distribuídos aos dois.
ResponderExcluirOlás!
ResponderExcluirFabrício e Neuzamaria!
Amei o blog de vcs.
Além de autêntico me apaixonei pelos textos de Fabrício.
Tb escrevo, e no passo a passo de quem vence atimidez, gostaria que lessem meus escritos, se tiverem saco e desejo...
Tenho dois blogs, um com poesias e outros com meu desabafo de exilada:
www.29fragmentos.blogspot.com
www.docafundo.blogspot.com
Adoraria colaborar no blog, é maravilhoso. Teve uma frase que me tocou, mas tô com preguiça de procurar...
Estou muito só e vou ouvir música.
Por aqui passa um trem d eferro que apita. O barulho do trem me mostra q estou viva, a ausência pode nos fazer julgar mortos... Mas, sem aspirinas, sobrevivo, longe das minhas ladeiras....
Beijo na alma de vcs
Alyne Costa
alyneco@yahoo.com.br
Neuzamaria e Fabricio
ResponderExcluiracabei de ler (e Ver) a sétima leva do baratos.Não lí tudo pois posso ter uma indigestão de coisas boas ( vou lendo aos poucos, como se degusta uma boa comida ,um bom vinho,uma boa música).Lerei (e palpitarei)à medida que for absorvendo os escritos.
Fui agraciado com um texto de Anne Ventura .Um texto,como se diz,do tamanho exato,sem mais nem menos,e que me impressionou pela leveza e profundidade digna dos melhores.Gostaria de conhecer mais.
As reproduções de quadros do Chico Liberato me remetem às ancestralidades indigenas (marajoaras,astecas,incas,tupinambás e outras)afros (orixás)e ibéricas,enfim ao caldo de cultura de que resultamos.
Affonso como costuma ser transforma o banal numa prosa mágica ,simples e erudita ,como só os mestres sabem fazer.
Fabricio mostra nos seus "drops" sobre cinema e música não só o conhecimento que tem sobre tais artes como a capacidade de "enxergar" além do que está sendo mostrado e com isso enriquecer o nosso olhar.Obrigado!
O seu texto sobre Clarice nos diz sobre o "não dito".Que bela homenagem!
Por fim(por enquanto) Neuzamaria nos brinda com um de seus poemas.Ela está cada dia mais precisa e mais aguda nos seus versos,como um cirurgião que corta só deixando o necessário.A sua homenagem a Clarice é também uma prosapoesia como só os poetas sabem.Quanto a atualidade dos versos de Castro Alves citados no texto em homenagem me remeteram ao programa do Rolando Boldrin de ontem(o Sr. Brasil na TVE) que inicia com um texto de Rui Barbosa que escrito cem anos atrás parece que foram escritos hoje(o texto é um trecho da "Oração aos Moços")
Por fim,vou confessar uma coisa,a leitura da sétima leva levar-me-á a procurar ler sobre Clarice pois o que conheço é muito pouco.Em compensação procurarei como o mano Caetano descobrir "que mistérios tem Clarice pra guardar-se assim tão triste ,no coração".
Um beijo
Emilio
E viver é uma aprendizagem - já diria a mestra Clarice. Sinto-a por todos meus poros e aqui também.
ResponderExcluirParabéns pelo trabalho, meus queridos.
o poema de neuzamaria é um canto doce à vida e aparentemente amrgurado, ele na verdade traça as dores da vida por uma otica de vitória e tristesas, pois vencer não impede acontecimentos desagradaveis e a sensibilidade deste poema me lembra hilda hilst que disse que "sou triste mas não derrotada" e neuzamaria diz "pari, solidei mas não me vi eu menina". somos o devir, somos um vir a ser e o que somos apaga o que fomos e tudo é uma ilusão, quantas coisas em um belissimo poema, realmente a literatura é um raio x da alma e literalmente um caminho critico do corpo que registro historico desse ser que somos nos marca e nos perseque e a poesia é a leveza de todo querer ser o que nem mesmo sabemos.
ResponderExcluirobrigado neuzamaria por este poema fecundo, profundo e porque não transmutador de aparencias, pois por tras das aparencias só vamos encontrar outras aparencias por demais escondida e somente a arte para em uma simples conexão de palavras nos levar para um mundo que um dia foi nosso quando criança: o mundo magico da descoberta.
Ler "Baratos Afins", foi um belo e inesperado presente divíno. Muito bom ver o carinho com que vcs cuidam do blog, com textos que nos levam prá um oasis de alma.
ResponderExcluirFabrício, que surpresa boa foi vc, que não imagina o presente que é prá mim poder ler seus textos de traços fortes, porém com ternura na medida exata. Amei!!!
Bjusss queridos.
Viva Clarice!
ResponderExcluirVida, poesia, ousadia!
Parabéns Neuza e Fabrício pelo maravilhoso trabalho, vocês conseguiram demonstrar a grandiosidade de Clarice em textos sedutores e arrebatadores.
Abraços a todos!
Carol Cyrino
"Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens, E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada".
(José Regio - Cântico Negro)
Estou a sapecar por essas ondas magnificas deste blog tao diversificado
ResponderExcluirbeijos
Paola
...Voltar a passear por aqui é um prazer multiplicado, alegro-me em sorver do sumo concentrado de arte que encontro neste espaço pulsante de poesia e cor!... Grata pela visita, pelas palavras refinadas.
ResponderExcluirBeijo azul.
Caito:
ResponderExcluirAPLAUSOS POETISA, LINDO, MARAVILHOSO MELHOR DIZENDO SEM PALAVRAS, TUDO ISSO É "LISPECTANDO E COISAS DA SOLIDÃO, AÍ TE DEIXO "ELO"
“ELO”
Quero ser teu escravo
Teu último ato
Ser teu, mas de fato
Teu jarro teu quarto
O teu agasalho
Teu truque teu mágico
Perfeito imperfeito
Direito e torto
Teu porto teu barco
Teu fim teu começo
Ser teu pelo avesso
Teu berço teu pranto
Ser teu no silêncio
Ou no alvoroço
Ser velho ser moço
Ser o teu almoço
Tua ceia tua veia
A tua corrente
Presa no pescoço
Ser forte ser frágil
Ser ágil no sexo
Ser o teu reflexo
Também teu conforto
Ser teu vivo ou morto
Quem sabe teu parto
Teu riso teu choro
Ser o teu consolo
Nas noites de frio
Ser o teu menino
Moleque vadio
Ser o teu espelho
Ser belo e feio
E a parte do meio
Que une teus elos.
Queridos Neuza e Fabricio, a sétima leva está poderosa,bela!!
ResponderExcluirLispectoriar e Liberatiar é experienciar o fáustico e o divino sem medo de ser...
Parabéns!! Beijos Lita Passos
fabricio vc disse que agarrou as luzes no dia claro, mas saiba que são os leitoes do baratos afins que agaram a luz e melhor em qualquer dia é só visitar esse maravilhoso blog e tomamos banho de luz e derrubamos os tuneis e luz no inicio luz no meio e luz no fim que infindo será.lindo o blog, e como vc disse com cara propria, com personalidade.
ResponderExcluireu queria dizer leitores e saiu leitoes
ResponderExcluirminha clarice afinidade spectro uma sombra em le-la melhor e ver mais retratos desta flor de lis listarei a ti tambem...
ResponderExcluirFabrício, obrigada pela indicação deste maravilhoso blog! Encontrar tantos textos de Clarice por aqui é muito gratificante e enriquecedor.
ResponderExcluirParabéns a você também, Neusa. Textos espetaculares!
Grande abraço a todos que colaboram por aqui.
Rose
Fantástico! Adoro Clarice Lispector!
ResponderExcluirCaríssimos. Lita Passos tinha me falado de vocês. Adorei o Blog e um grande abraço.
ResponderExcluirmuito lindo tudo isso ;-) ... parabéns pela página .. beijos
ResponderExcluirE por afininidades, voltei. E por afinidades sorvi mais uma vez toda a beleza que encontrei aqui na primeira vez.
ResponderExcluirBeijos.
PASSANDO POR AQUI
ResponderExcluirBOM DIA
FABRÍCIO VISITEI SEU BLOG. VC ESCREVE DE UM JEITO MUITO GOSTOSO DE SE LER. SOMOS DE GERAÇÕES TÃO DIFERENTES, MAS O BELO NÃO TEM GERAÇÃO ELE EXISTE SEMPRE. PARABÉNS. VOLTAREI LÁ OUTRAS VEZES PARA APRECIAR SUA CRIAÇÃO. ABRAÇOS E SUCESSO. CONTINUE ESCRREVENDO SEMPRE.
ResponderExcluirCaros, obrigado pela visita em meu blog. Grande abraço e vida longa.
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